domingo, 6 de outubro de 2013

Situação intolerável!

Rui Machete, quando pediu desculpas a Angola pelo facto de figuras destacadas do regime estarem a ser julgadas pela justiça portuguesa, deve ter confundido os papeis que desempenhava e trocou o papel de MNE português pelo de consultor de uma sociedade portuguesa de advogados (PLMJ) que representa algumas dessas figuras do regime angolano. O facto de ter desrespeitado a separação de poderes, já de si seria motivo para Machete ser demitido. Mas como este Governo acha que existem cidadãos de primeira e de segunda, acha que alguns estão acima de qualquer lei, Machete manteve-se em funções, apesar de não sair ileso de mais uma polémica em seu redor. Mas, a permanência de Machete no Executivo, é mais uma situação intolerável entre inúmeras a que este Governo (seguro apenas pela mão que sai por detrás do arbusto de Cavaco Silva) nos habituou e que amanhã haverá outra para se esmiuçar.
Claro que o acidente de Machete não passou despercebido em Luanda e teve imediatamente eco no pasquim do regime. Assinado por um capacho do presidente Dos Santos, este pseudo-jornalista tece inflamadas críticas (com uma agressividade própria de alguém que necessita de ser internado compulsivamente num asilo de loucos, ou então esqueceu-se de tomar os comprimidos anti-raiva) chegando ao cúmulo de dizer que a PGR actuou fora da lei, e que Rui Machete é uma vítima das "elites corruptas e caloteiras de Portugal". Enfim, provavelmente este indivíduo não estará familiarizado como nós aqui com a figura de Rui Machete e com os seus feitos: negócios SLN/BPN, recebendo seguros de vida para fugir ao Fisco... Bom, não vale a pena ir por aqui.
O que vale a pena acrescentar, é que Rui Machete não se pode tornar noutro Relvas. E Cavaco Silva, por muito que lhe custe, não pode continuar a proteger este e outros senhores que compõem este Governo que, pelo que fez em pouco mais de dois anos, deixará marcas bastante profundas (talvez inapagáveis) nos portugueses. Mas, se calhar é isto mesmo que Cavaco quer. Quer escrever a história assim. Uma espécie de vingançazinha pessoal.

[info: Público]

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