domingo, 20 de outubro de 2013

Já que tanto insistem!


(capa da revista suplementar do Expresso, 19/10/2013)

Como não bastasse ter tempo de antena no canal do Estado, ainda que pro bono, coincidência ou não por via do lançamento do seu livro, José Sócrates tem estado por estes dias mais visível nos meios de comunicação. Sucedem-se as entrevistas, uma bastante extensa para a revista do Expresso, outra para um programa de televisão. O denominador comum nestas entrevistas tem sido uma simples pergunta que lhe têm feito com alguma insistência: "Se se candidata às Presidenciais?". Ao que o ex-primeiro-ministro tem respondido que não deseja "voltar a depender do favor popular". Mas pelo meio (o rosto percutor de um dos períodos mais instáveis, que descambou numa crise política e numa crise social, neste regime democrático) já vai fazendo campanha e dizendo que com ele no governo, "Portugal nunca teria pedido auxílio à troika" e "Sou o chefe democrático que a direita sempre quis ter".
Para os mais distraídos e incautos e para aqueles que só agora "apanharam o comboio", convém não esquecer quem foi José Sócrates enquanto primeiro-ministro de Portugal. Não entendo a curiosidade maso-mórbida de quem pergunta a Sócrates se ele "vai candidatar-se a Presidente da República?". Seria uma pergunta que jamais devia ser feita a tal indivíduo. Não sei, se calhar há uma espécie de saudosismo masoq por tal figura, quando insistem nessa questão! José Sócrates já respondeu, deixem-no sossegado. Que mantenha o seu período de nojo até ao fim dos seus dias. Não insistam. É que de tanto insistirem...

[info: Público]

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