sábado, 5 de outubro de 2013

Discurso com telhados de vidro


O discurso de Cavaco Silva no Dia da República talvez tenha sido inspirado na sua própria pessoa. É possível que um certo rebate de consciência o tenha levado a proferir umas coisas contra si próprio: "Ninguém está acima da lei, nem há cidadãos de primeira e de segunda." - eu, relembro ao presidente da República a sua participação (e de mais de metade do PSD, na altura em que Aníbal era primeiro-ministro) na SLN do BPN...
Outro momento que merecia uma estrondosa ovação foi a recordação que o presidente fez do saudoso 25 de Abril de 1974: "Regimes autoritários como aquele a que pusemos termo em Abril de 74." - eu, relembro ao presidente da República que, a fazer fé pela fotografia do formulário pessoal pormenorizado da PIDE na imagem acima, o jovem Aníbal parecia dar ares de quem estava do outro lado da barricada. Até porque mais tarde, talvez com um certo saudosismo daqueles tempos de ditadura e repressão, teve um lapso. Em vez de atribuir uma pensão vitalícia a um dos heróis do 25 de Abril, Salgueiro Maia, atribuiu várias a ex-agentes da Polícia Internacional e de Defesa do Estado.
Depois falou da Educação como se tivesse a falar da sua passagem pelas às Ilhas Selvagens.

[info: Público]

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