O ministro das Finanças Vítor Gaspar admite que o problema mais grave do País é o desemprego. Admitir já não basta, já não chega, e não o iliba de responsabilidades nessa matéria. Admitir, mas não fazer nada para contrariar a tendência da subida da taxa de desemprego, vale mais a pena ficar em silêncio. Ou então, as soluções que têm para apresentar são soluções que nada resolvem. Coisas temporárias, situações precárias, de cariz exploratório e desonesto, propostas obscenas e indecentes, que ferem e ofendem fatalmente a dignidade de qualquer ser humano. É esta a realidade para combater o desemprego! Gaspar assumiu agora a postura de ditador financeiro, mas continua a permitir que certos alarves tenham um salário quase duas vezes superior ao do Presidente da República em empresas públicas. Devia ser esse o tecto salarial no Estado. Devia ser essa a referência, a bitola. Onde é que estão a vergonha, a decência, e a coerência? Este Governo ainda não percebeu que, enquanto não houver justiça e igualdade, as tensões sociais agravar-se-ão e a ruptura completa fica já ali ao virar da esquina.
[info: Público]
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