quarta-feira, 10 de julho de 2013

Nada de surpreendente, tudo na mesma!


A declaração intermitente de Cavaco Silva ao País não surpreendeu, como é do seu apanágio. A sua decisão para manter este Governo recauchutado e de ruína já estava tomada, mesmo antes de ouvir os parceiros políticos. A sua principal e única razão (para além do pavor que tem de arriscar e surpreender - nunca excede o limite do seu conservadorismo) para teimosamente manter este Governo, é, segundo Cavaco, o facto de estarmos a cerca de 11 meses de completar o programa de ajustamento. O cenário de eleições antecipadas, iriam afectar seriamente esse mesmo programa de assistência financeira. Cavaco esqueceu-se de que está em marcha um segundo resgate, embora mais "brando" - uma "linha de crédito por precaução", ou talvez até uma coisa mais dura. E isto sim, é cada vez mais um cenário irrevogável!
Torna-se evidente que o presidente da República nem sequer equacionou a hipótese de um cenário de governo de iniciativa presidencial, pois não o mencionou na declaração. A sua justificação para a irresponsabilidade de manter este Governo, é o cenário que a conjuntura apresenta, e que é uma conjuntura delicada e grave. No fim da declaração deixou um rebuçado, referindo a possibilidade de eleições antes do final desta legislatura, lá para o fim de 2014 (quando a troika se for embora). Penso que isto é um pouco conversa para iludir o povo, para justificar a sua medíocre opção. Para Cavaco, este Governo é a solução. Para os portugueses, não é a solução. E Cavaco não ouviu a voz dos portugueses, portanto, não os respeitou! O presidente da República subjugou-se à vontade da troika, aos interesses dos banqueiros, a tudo, menos ao reais interesses do País.

[info: Público]

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