sexta-feira, 12 de julho de 2013

Afinal, é Cavaco a tal figura misteriosa que vai mediar o consenso de Salvação Nacional!


Cavaco na sua declaração ao País há apenas dois dias, anunciou que iria escolher uma figura com prestígio do nosso panorama para servir como mediador no consenso de "salvação nacional". Na altura, achei um bocado estranho que o presidente da República tivesse de nomear alguém para mediar tão importante tarefa, quando deveria ser ele, apesar de tudo, a assumir essa responsabilidade. Mas até dei um desconto pelo facto de saber que Cavaco Silva é politicamente muito limitado, e que essa responsabilidade poderia estar aquém das suas pobres barreiras e dos seus condicionalismos. Mas entretanto houve um volte-face. A criatura, talvez alertada para o facto de que seria desprestigiante para um presidente da República delegar noutro, que não ele, tamanha responsabilidade, já a chamou para si, fazendo cair por terra a misteriosa figura (que não chegou a sair do segredo dos deuses) ao contrário daquilo que tinha anunciado no comunicado ao País. 
Já para não me referir ao facto de Cavaco ter dado o dito pelo não dito, com esta decisão, o País e os portugueses ficam a perder. Primeiro, Cavaco não é uma figura com/de prestígio. Segundo, Cavaco é tudo menos isento, portanto, não poderemos ficar descansados. Quando se chega ao ponto de evocar algo como "Governo de Salvação Nacional", como Cavaco referiu no seu comunicado, e se se quer seguir por essa via, então que não o façam às cegas e às apalpadelas. Que se faça algo sério e consistente pelo País. Ora, se durante as suas magistraturas, Cavaco foi pouco interventivo, e quando o foi, não o fez da melhor maneira, deixou, inclusive, o País afundar-se e descambar numa crise política, por que será que agora, daqui para diante, o vai fazer?

[info: Público]

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